terça-feira, setembro 14, 2010

Nomes - Parte II

“O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel o de Beltessazar, a Hananias o de Sadraque, a Misael o de Mesaque e a Azarias o de Abede-Nego.” Daniel 1:7


Ainda mais um pensamento me veio à mente ao refletir na escolha do nome do meu filho. Ao final do meus dias qual será o nome que identificará meu testemunho ao longo da minha vida? Poderia ser um nome como: “Deus é o meu refúgio” ou “Pus em Mamom (dinheiro) a minha confiança”? Ou talvez: “Aquele que olha para os céus” ou “o amante dos prazeres terrenos”? De fato, o mundo deseja alterar o curso do caminho para o qual Deus tem me chamado.


Lembrei-me do exemplo de Daniel e seus amigos. Todos eles tinham um nome que fazia alusão à Jeová: Daniel (Deus é meu juiz), Hananias (O Senhor tem sido gracioso), Misael (Quem é como Deus?) e Azarias (O Senhor tem ajudado). Porém, diante do poder opressor e modelador da cultura dos caldeus, o sistema babilônico tentou alterar seus nomes e testemunho para: “Baal protege a sua vida”, “Amigo do rei”, “Quem é Aku o deus-lua?” e “Servo de Nebo”.


Penso na realidade e desafio de Daniel. Provavelmente de origem nobre, Daniel não conheceu a época de ouro do reino. Israel já estava dividia em dois reinos sendo que o reino do norte já havia sido dizimado e colonizado por nações gentílicas. Jerusalém já vivia em uma época de muita tristeza e pobreza. Estando sempre subjugada aos impérios da época (primeiramente com o Egito e depois com a Babilônia) os judeus viviam sob muita aflição. Nesse contexto podemos compreender que a esperança dos pais de Daniel ao escolher o seu nome foi de testemunhar que, apesar de todo contexto contrário, Deus julgaria todas as coisas com sabedoria, justiça e poder. Após a deportação de Daniel juntamente com outros jovens um outro nome poderia ser dado a Daniel. Deus não está parecendo julgar as coisas em favor do seu povo. Será que Deus é Juiz mesmo? Chegando no palácio de Nabucodonosor o contraste deve ter saltado aos olhos: muita riqueza, muita fartura, banquetes e uma aparente alegria. “Daniel, vamos mudar o seu nome – Jeová não é juiz, quem protege ao rei é Baal” – deve ter argumentado o eunuco.


O resto da história conhecemos e é de emocionar. Daniel decide “firmemente não se contaminar com as finas iguarias do rei” (Dn 1:8) e jamais se esqueceu do seu povo, de Jerusalém e, o mais importante, de quem era o Seu Deus. Ele rejeitou ser modelado pelo sistema do mundo e recusou ser dirigido pelo que os seus olhos físicos viam. Apesar do que tudo indicava Baal não protege ninguém. Ao ler o capitulo 9 percebemos que Daniel entendeu que o julgamento de Deus sobreveio sobre o seu povo.


Agradeço muito a Deus por ter registrado a história desse incrível jovem que, apesar de todo sucesso que alcançou na Babilônia, nunca deixou seu coração se afastar das promessas e verdades divinas. Sempre que leio a sua história sinto-me encorajado a assumir meu verdadeiro papel nesta terra. Sinto-me desafiado a parar de perder tempo com brinquedinhos e distrações deste mundo e mergulhar nas batalhas espirituais contra os príncipes e potestades do ar a favor dos propósitos divinos.


Daniel recusou que o mundo definisse quem ele seria. E quanto a nós?


"Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis, ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; o que está em trevas, e com ele mora a luz. A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo." Daniel 2:20 - 23