terça-feira, agosto 31, 2010

Blackout

“Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai.” João 12:35


Recentemente trocamos as persianas do nosso quarto por uma cortina com forro de blackout (não sei se é assim que se diz). Puxa realmente funciona! Antes tínhamos o hábito de dormir com a persiana e a janela aberta de modo que o quarto, logo no inicio do dia, se iluminava. Agora, podemos fechar a janela, as cortinas e ligar o ar-condicionado e dormir o sono dos justos. Mas comecei a ter um probleminha... não consigo mais levantar no horário. Devido ao blackout perco a noção do tempo e não sei se é 06:00 ou 08:30. Toca o despertador e tenho a sensação de que deve ser umas 04:00 da manhã devido à escuridão do quarto. Dando uma rápida pesquisada descobri que todo ser humano possui um hormônio chamado melatonina que nos ajuda na regulagem do sono. Em ambientes calmos, seguros e escuros os níveis de melatonina aumentam causando sono. A luz inibe a produção da melatonina podendo gerar distúrbios no sono e insônia.


Tal situação me levou a meditar em uma das alegorias mais comuns da Palavra de Deus: Luz e Trevas relacionado com Vigilância e Sono. Vivemos uma época de densas trevas – final da noite. O mundo caído como conhecemos ainda por um pouco de tempo é regido pelo príncipe das trevas – de maneira que o “mundo inteiro jaz no maligno” (I Jô 5:12). Quando o Senhor Jesus voltar então o “Sol da Justiça” nascerá sobre toda Terra iluminando todas as situações, pessoas e coisas e dissipando as trevas: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1:5). E, finalmente: “Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. Não haverá mais noite” (AP 22:5). Porém, nesse momento de tão grandes trevas, não é estranho que os peregrinos e forasteiros que aguardam dos céus a revelação do Senhor Jesus se adaptem com tanta facilidade com a negridão e passem a viver uma vida cheia das obras das trevas? “Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.” Romanos 13:12


Fico pensando quais são os “blackouts” que tenho colocado em meu coração. O que tem decorado os meus pensamentos, motivação e anelos. Será que eles tem escurecido minha alma de forma a aumentar meu sono e preguiça espiritual? Como aconteceu com Pedro, será que também escutarei do meu Senhor: “Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora?” (Mc 14: 37). O Senhor tem desejado encontrar, neste tempo de trevas, servos fieis que aguardam com santa e real expectativa o florescer dos primeiros raios de Sol decretando o fim dessa era. “Bendizei ao SENHOR, vós todos, servos do SENHOR, que assistis na Casa do SENHOR, nas horas da noite” (Sl 134:1).


Será que tenho caído no sono e não tenho percebido? Será que tenho vivido um terrível sonho e um dia serei abruptamente despertado pelo tocar ensurdecedor das trombetas do Rei? Se eu passo um dia sem me lembrar da promessa que Ele voltará será que isso, por si só, já não indica um estado de dormência? O que pode ser mais importante na minha vida do que a Vinda do meu Senhor?


É como diz o hino: “Desde Betânia:”


Com sua terra sonha o peregrino,
Com sua pátria, o exilado, além.
Distante, o noivo pensa em sua amada.
De amados pais, saudade os filhos têm.
Assim também anelo ver Teu rosto,
Ó meu querido e amado Salvador.


A luta contra o sono aumenta à medida que a noite vai terminando. Abra as janelas do seu coração e rasgue toda cortina carnal. Permita que a Luz Divina ilumine todo o seu quarto e te desperte de todo sono. Fique acordado para ver com seus próprios olhos as coisas que em breve hão de acontecer.


“Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.” Efésios 5:14 - 17

segunda-feira, agosto 23, 2010

Mulas-sem-cabeça

"Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós." I Coríntios 12:21

Talvez a eclesiologia (doutrina sobre a igreja) seja um dos assuntos mais frágeis da teologia cristã. Mesmo após a importante reforma proposta pelo movimento protestante, muitos valores espirituais da Igreja como a expressão corporativa de Jesus Cristo ainda permanecem relegados a um segundo plano como se fossem um assunto menor. Tal debilidade na correta compreensão do papel da Igreja tem gerado muitas aberrações tanto no evangelho pregado quanto na vida vivida.

Cada vez mais tenho ouvido um discurso atraente de um cristianismo sem vida de Igreja. A intuição pessoal e o exercício individual da “espiritualidade” é o tema da moda que atrai a muitas pessoas que desiludidas com os outros (nunca consigo mesmas) optam em seguir um caminho solitário: dizem que amam a Jesus mas não amam a Igreja – que é o Seu corpo.

As escrituras usam muitas figuras para nos demonstrar como a relação entre a Igreja e Cristo é impossível de ser separada. Proponho abaixo três figuras usadas por Paulo no livro de Efésios fazendo referencia ao tripé: esperança, fé e amor (I Co 13:13).

Esperança. A Igreja é como uma noiva que espera a chegada do amado noivo para as bodas de casamento. O Senhor Jesus “amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito. (5:25-27)” Como será possível não amarmos a quem o nosso noivo ama tanto? Não despreze a noiva de Cristo; ela é a sua amada e Ele está trabalhando para desposá-la.

. A Igreja também é a casa de Deus (3:19-21) sendo que o Senhor Jesus é o alicerce da casa. Ninguém lança os alicerces em um terreno se não for para construir algo em cima dele. Uma casa além de proteger aos que estão dentro também serve de testemunho para os de fora. Quando as “pedras vivas” (I Pe 2:5) obedecem pela fé a doutrina dos apóstolos então um testemunho se ergue para o mundo aonde Cristo Jesus é o único alicerce: “a qual a casa somos nós, se guardamos firme até ao fim a ousadia e a exultação da esperança” (Hb 3:6).

Amor. Somos também um corpo aonde Cristo é a Cabeça (5:23). É através do Corpo que os membros demonstram amor mútuo cuidando e alimentando uns aos outros reciprocamente. Através da obediência a Cristo como o Cabeça, somos conduzidos, por Ele, na árdua tarefa de suportarmos e protegermos aos outros membros. “Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo” (5:29 - 30).

É impossível separar Cristo da Igreja. Quando buscamos caminhos alternativos para a nossa peregrinação naufragaremos tanto na fé como na esperança e no amor. Porque esses elementos, necessariamente, florescem e são renovados no estreito e árido caminho da comunhão dos santos. Não existe um noivo sem uma noiva. Ninguém lança um alicerce para não construir nada em cima. Não existe uma cabeça flutuando por aí sem um corpo. Não existe cristianismo sem Igreja: “aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (I Jo 4:20).

Escrevendo esse pensamento me lembrei de uma personagem do folclore brasileiro: a “Mula-sem-Cabeça” um animal que ao invés de ter uma cabeça tem uma chama de fogo que sai do seu pescoço. Achei engraçado ter lembrado disso porque Davi nos adverte para não sermos sem entendimento como uma mula: “Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem” (Sl 32:9). Acredito que existem muitas “mulas” por aí que – por terem uma mente carnal deixaram de reter o cabeça (Cl 2:19) e, ficam cuspindo fogo de um lado pro outro assustando e perturbando todos ao seu redor. São mulas porque não aprendem. São sem cabeça porque não se submetem à Igreja – que é o Corpo de Cristo.

Pensando melhor. Não há nada de engraçado nisso.

“ Não deixemos de congregar-nos como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” (Hebreus 10:25)

segunda-feira, agosto 16, 2010

Jogo dos 7 erros

“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” João 8:44

Quando, na minha infância, eu comprava um “Almanaque de férias” uma das coisas que eu mais gostava de fazer era o jogo dos 7 erros. Em uma mesma página tínhamos, aparentemente duas imagens iguais, mas ao examinar com alguma atenção íamos descobrindo que existiam diferenças entre as ilustrações. Com um pouco de cuidado descobríamos que o cachorro tinha cinco patas ao invés de quatro e que o vaso antes cheio de flores agora está sem nenhuma.

O inimigo tem feito um árduo trabalho ao longo dos séculos misturando suas mentiras e heresias entre as verdades de Deus. E, da mesma forma que em Deus não pode existir trevas ou engano, no inimigo das nossas almas não existe verdade nem bem algum. Desde o principio ele é mentiroso e luta incansavelmente contra tudo que é verdadeiro. O que devemos fazer nos dias de hoje depois que tantos anos se passaram desde a descida do Espírito Santo e do surgimento da Igreja? Por séculos homens e mulheres lutaram pelas verdades imutáveis e eternas de Deus. Mas, como chegar até a verdade límpida, cristalina e legítima nos dias de hoje? Após quase 2000 anos de história da igreja como identificar os erros?

Bem, a primeira coisa que devemos fazer é buscar qual é o modelo correto. Para identificarmos os erros precisamos compará-lo com o verdadeiro. Devemos voltar para as escrituras e buscarmos, com toda sinceridade, livres de todo paradigma e pré-conceito qual é o caminho original projetado e apontado por Deus. Quando passamos a conhecer melhor o “quadro” correto, ficará mais fácil percebermos os erros e as anomalias escondidas e camufladas. C. S. Lewis, no curioso livro “Cartas de um diabo ao seu aprendiz”, relata quais seriam as estratégias malignas utilizadas para contaminar o povo de Deus. Em uma determinada passagem ele diz:

“Não tenho pretensão de tirar ninguém da igreja, pelo contrário. Quero deixá-los

lá, pois farei de tudo para que sejam frios, apáticos, que fiquem brigando entre si
por bobagem, que se dividam, e façam panelinhas entre eles. No que depender
de mim farei com que tenham uma vida tão miserável, que quando forem
evangelizar ninguém vai querer ter uma vida igual a deles.
Outra estratégia que uso muito é a de fazer com que os valores da igreja se
pareçam cada vez mais com o mundo, pois assim quando as pessoas passarem
a freqüenta.-la, elas não precisarão mudar nada, e continuarão fazendo as
mesmas coisas de antes. Não é genial?”

Se pararmos de ter o modelo correto em mente em breve acreditaremos que um cachorro ter cinco patas é uma coisa normal. A doutrina dos apóstolos constituem o sólido fundamento da igreja (Ef 2:20) e também o fundamento eterno dos muros da Nova Jerusalém (AP 21: 14) e deve ser o irrestrito filtro de nossa regra de fé e conduta. Examine as doutrinas e os costumes que temos visto e ouvido por aí. Compare com o modelo bíblico proposto e reflita com atenção por um instante.

Difícil será achar apenas 7 erros.

“Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma.” Jeremias 6:16

terça-feira, agosto 10, 2010

Consciência

“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vivido no mundo e mais especialmente para convosco.” II Coríntios 1:12

Mais uma vez preciso pedir perdão à minha esposa. Por que agi dessa maneira? Mais uma vez sei que errei e necessito dizer a ela que eu sei que errei e me arrependo por isso. Ela está dentro do quarto lendo alguma coisa – não sei se ela quer mesmo ler – acho que ela simplesmente não quer ver a minha cara. Bato na porta e entro no quarto. Ela continua sem olhar pra mim e eu começo a dizer que não procedi corretamente que estou arrependido e que gostaria que ela me perdoasse. Como que por um passe de mágica, a expressão dela muda. A expressão do rosto suaviza e ela me pergunta se eu quero que ela faça um capuccino pra mim. Sinto-me como tirando do pé um sapato apertado ou uma mochila com 20 kilos de pedras das costas. Pensando bem não foi mágica – foi o Espírito Santo.

Esse tipo de situação é mais comum na minha vida do que eu gostaria. E acaba que eu não consigo acostumar. Todas as vezes que eu preciso pedir perdão é uma via dolorosa e mortal para o meu orgulho. Como um perito advogado de defesa, minha consciência tenta analisar o contexto: “Eu agi mal mas olha só o que ela fez!” ou “eu errei mas ela errou muito mais do que eu” porém, o veredicto sai e a minha consciência decreta: “você errou.”

Todo homem foi equipado por Deus com uma qualidade chamada consciência. Através dela cada um de nós consegue perceber intuitivamente sobre o que é certo e o que é errado. “Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (Rm 2:15). A função da nossa consciência é nos acusar ou nos defender diante das situações que vivenciamos. Quando erramos ela nos acusa quando entendemos que agimos corretamente ela nos defende. O interessante é que a nossa consciência não é órgão pronto – ela se desenvolve à medida que compreendemos como as coisas são. E, da mesma forma que uma criança não possui a mesma capacidade de legislar corretamente sobre as leis dos homens como um Desembargador, assim também um novo convertido terá que uma consciência mais fraca do que um servo do Senhor com anos de peregrinação. Por isso que vemos nas escrituras passagens sobre consciências mais fracas do que outras (I Co 8:7,12). A consciência é individual e pessoal. Cada um de nós possui um grau distinto de sensibilidade e obediência. Portanto, a consciência, é um canal poderoso e importante de comunicação direta do Espírito Santo com o espírito do homem. Termos uma boa consciência diante de Deus e dos homens é um importante sinal de que temos ouvido a voz do Espírito: “Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens” (At 24:16).

Porém, quando o homem passa a desprezar a orientação do Espírito a sua consciência começa a ficar anestesiada ou cauterizada e não consegue mais ouvir a voz de Deus: “pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (I Tm 4:2). A conseqüência da nossa desobediência é que a nossa própria consciência, que deveria nos auxiliar no caminho da santidade, se corrompe: “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:15). O que fazer quando já não ouvimos as instruções do Espírito? Como seremos repreendidos e transformados se eu desprezo as considerações do Espírito de Deus? “Não entristeçais o Espírito de Deus” (Ef 4:30). E ainda: “Não apagueis o Espírito” (I Ts 5:19). São referencias que deveriam causar uma temerosa reflexão de como tenho procedido.

Existe um sinal que acredito que possa nos ajudar a perceber se a nossa consciência está cauterizada – quantas vezes pedimos perdão uns aos outros. Todos nós falhamos “porque todos tropeçamos em muitas coisas” (Tg 3:2) e pecamos “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (I Jo 1:8). Ora, uma vez que sou falho, então eu não deveria pedir perdão constantemente? Será que o Espírito não tem tentado muitas e muitas vezes me alertar dos meus hábitos, costumes e atitudes e eu não tenho escutado? Pedir perdão é um sinal de vitória e não de derrota. É o reconhecimento de uma alma imperfeita de que ouviu a voz de Deus e que se arrependeu. É a resposta sincera e objetiva de uma consciência sensível que prefere subjugar seu orgulho à perder, por um segundo sequer, a preciosa comunhão com o Espírito Santo.

Muitos andam por aí como se não errassem e nunca se arrependem dos seus atos. Adaptaram a sua consciência para não mais ouvirem a voz corretiva de Deus e passam a praticar obras antes condenadas por eles “O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal” (II Pe 2: 22). Nunca pedem perdão e, é justamente por isso, que um dia terão que pedir perdão.

“mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé.” I Timóteo 1:19

segunda-feira, agosto 02, 2010

Sobre DEUS - Parte II

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito.” I Coríntios 2:9,10

Na última postagem ponderei sobre a minha crença de que existe um verdadeiro e único Deus. A principal característica que determina a existência de tal pessoa é a sua capacidade de auto-existir sem depender de nada ou de ninguém. Ele é aquele que diz “haja luz” antes mesmo de criar as estrelas no céu (Gn1). Para provar ao rei Ezequias a veracidade de Sua promessa Ele muda a rotação do planeta alterando as leis da gravidade e da física que conhecemos (e as que não conhecemos) e retrocede o relógio de Acaz em 10º (II Rs 20:11). Quão grande são as suas obras! De todas, entretanto, a maior de todas obras foi a de entregar o seu Filho como sacrifício remidor e eterno para que o homem pudesse ter acesso irrestrito e legitimo à Sua presença.

Quando o verbo se fez carne e habitou entre os homens (Jo 1:14) uma revelação foi dada a nós: Deus tinha um filho gerado da sua própria substância! Assim como o Pai, o filho também auto-existia “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (Jo 5:26). Como um Pai amoroso, Deus concedeu a esse filho todas as coisas: “Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl 1:16,17). Mais uma vez Deus desejou dar sinais e provas que Seu Filho não era um homem qualquer, Ele entrou na terra nascendo de uma virgem e saiu ressuscitando da morte. Pense a respeito. Quantas pessoas que andaram por essa terra possuem uma história semelhante a essa? Porém, isso ainda não é o mais impressionante.

Quando o Filho iniciou seu ministério publico Ele passou a declarar que estava na terra obedecendo um chamado do Pai: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (Jo 6:39) e “não vim porque eu, de mim mesmo, o quisesse” (Jo 7:28). O Homem-Deus havia nascido com um propósito estarrecedor – reconciliar o homem com Deus Pai através da sua morte. “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (MT 16:21). Que obra inacreditável que esse Deus fez em nosso favor! Porque essa obra ultrapassa a barreira do poder – essa obra toca no mais intimo do Seu amor. O Filho foi a oferta e também o ofertante que apresentou ao Deus Pai o sacrifício perfeito e eterno em favor de todos os homens. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (II Co 5:18).

Como andar por essa terra sem conhecer a História das histórias? Jesus Cristo deve ser, para todo o sempre, o motivo dos meus cânticos, da minha alegria, da minha esperança da minha obediência, da minha devoção e do meu amor. Ele é o caminho que nos levou até Deus. Ele é o grande herói da humanidade.

Olhos não podem ver nem ouvidos podem ouvir tamanha obra. Mas aprouve a Deus enviar o Espírito Santo para iluminar os nossos espíritos e abrir os nossos olhos da fé. Apenas o Espírito de Deus pode nos revelar àquilo que é espiritual. Muitos andam por aí buscando “novas revelações” ou “mistérios” que apenas “iniciados” ou “sensitivos” conseguem penetrar. Mas haverá maior mistério do que este? Será que existe um outro tema mais importante em que o Espírito Santo se ocupe em nos revelar? Não desperdice o seu tempo com outras coisas. Quem vê o Filho vê a Deus.

Jesus Cristo é a mensagem do Espírito Santo, a glória do Pai e a salvação dos homens.

“Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.” ” I Coríntios 2:12